• Nós não achamos que os preços de fertilizantes cairão até pelo menos Q2 do próximo ano.
  • Com resultado, a área plantada de trigo e a produtividade agrícola podem cair.
  • Os produtores de milho precisarão de fertilizante em Q3, portanto, questões semelhantes podem surgir aqui.

Previsão De Nixal

Nossa projeção de preços de 2021/22 para o milho de Chicago (Sep/Out) permanece inalterada em uma faixa de 4,5 5 USD/bu. O preço médio desde o início da nova safra está sendo comercializado em 5,32 USD/bu.

Comentário de Mercado  

O milho de Chicago começou a semana forte à medida que a demanda por produção de etanol praticamente se igualou ao recorde de dezembro de 2017. O milho foi então vendido com lucro e com expectativas de maior produção.

A primeira safra de milho do Brasil está 63% plantada, aumento de 9% ano a ano. O plantio de soja está avançando em seu segundo ritmo mais rápido registrado e está 52% completo. Isso deixa bastante tempo para plantar a segunda safra de milho uma vez que a soja tenha sido colhida.  Por isso, quase tudo parece bom para o milho brasileiro, além do fato de que o fertilizante é caro atualmente e poderá resultar em rendimentos mais baixos, caso os produtores não consigam comprar o suficiente.

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Em relação ao trigo, fortes compras da Arábia Saudita na última segunda-feira alimentam um rali mas o mercado se movimentou em baixa pelo restante da semana, tanto nos EUA quanto na UE.

A colheita de trigo de primavera da Rússia está 97% completa, mas pode aumentar seu imposto de exportação de trigo em 2,9 USD/mt iminentemente. Tal como está, as suas exportações caíram 14% ano para o ano.

A Rússia, maior exportadora de fertilizantes do mundo, também decidiu estabelecer uma cota de exportação de seis meses sobre fertilizantes, que será implementada no dia 1 de dezembro. Isso deve ajudar o país a garantir o abastecimento local. A cota significa que poderá exportar apenas 5,9m toneladas de fertilizantes à base de nitrogênio (chave para o milho e trigo), abaixo das 13,7m toneladas do ano passado.

O plantio de trigo de inverno dos EUA está 87% completo, queda de 1% na média de cinco anos. Atualmente ocupa o 45% em bom para excelente, alta de 2% ano a ano.

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O WASDE de Novembro foi publicado na terça-feira e não fez alterações nos estoques finais de milho da safra antiga. As novas estimativas de produtividade da safra aumentaram em 0,5 bushels por acre, resultando em 43m bu a mais de produção.  A demanda por etanol aumentou em 50m bu, portanto, os estoques de fechamento ficaram em baixa de 7m bu do relatório de outubro (imaterial ao mercado).

A abertura global de milho e os estoques finais aumentaram em 1,9m toneladas e 2,68m toneladas, respectivamente.

O WASDE foi neutro para o US Wheat, deixando a produção inalterada, baixando as importações em 10m bu, aumentando o consumo em 2m bu e abaixando as exportações em 15m bu (também imaterial ao mercado).

A produção global de trigo reduziu em apenas 590k toneladas, enquanto a demanda aumentou em 370k toneladas. Os estoques de fechamento agora estão em 1,38m toneladas.  O USDA aumentou a produção russa de trigo em 2m toneladas, mas a estimativa da produção francesa e alemã caiu.

Nós não achamos que o USDA abordou a crise dos fertilizantes. Os produtores de trigo de inverno do hemisfério norte precisarão de fertilizante nos próximos meses, e não achamos que os preços de fertilizantes à base de nitrogênio cairão antes de Q2 de 2022.  Isso pode significar redução na produtividade do trigo e em sua área plantada.

O milho do Hemisfério Norte será plantado em Q2 de 2022. Assim, alguns produtores precisarão de fertilizante durante Q3 também.  Neste tempo, os preços de gás natural e fertilizantes poderiam muito bem ter voltado ao normal, portanto, não está claro, se o milho estará sujeito à mesma pressão do trigo. 

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Alberto Carmona

Formado pela Universidade de Sevilha (Espanha) e Universidade de Paderborn (Alemanha) com Bacharelado em Economia e Administração de Empresas e um MBA Executivo pelo Instituto San Telmo (escola parceira da IESE). Trabalhei na Abengoa Bioenergia de 1999 a 2017, quando fundei a NixAl Commodities, uma boutique de Etanol focada em inteligência de mercado, gestão de riscos e engenharia. Background profissional em atividades financeiras e comerciais, promoção e financiamento de projetos de energia renovável na Europa, Brownfields e Greenfields. Tenho atuado ativamente no desenvolvimento internacional do Bioetanol desde 2001, tendo vivido e trabalhado nos Países Baixos, Brasil e EUA, os três principais mercados, enquanto liderava operações de negociação globais, gestão de riscos e lobby.

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