Foco Do Relatório

  • La Niña tem provocado reduções generalizadas das estimativas de produção global de grãos.
  • As recentes chuvas da América do Sul vieram tarde demais para salvar a produtividade agrícola.
  • O tempo seco deve atingir a região novamente em breve, apertando os estoques globais de grãos.

  

Previsão da Nixal

  • Nossa projeção de preços para 2021/22 (Sep/Out) Chicago de milho permanece inalterada em uma faixa de 5,3 5,8 USD/bu.
  • Há um viés de alta para essa previsão, já que o tempo seco continua atrapalhar o desenvolvimento da safra sul-americana.
  • O preço médio desde o início da nova safra está rodando em 5,67 USD/bu.

  

Comentário de Mercado da Nixal

A semana passada foi positiva para os grãos, já que as principais agências (USDA, Conab, BAGE) reduziram as estimativas de produção de soja e milho da América do Sul.

Antes de o WASDE ter sido publicado na última quarta-feira, milho e soja puxaram trigo mais alto já que as recentes chuvas da América do Sul chegaram tarde demais para salvar a produtividade agrícola. O conflito na Ucrânia também contribuiu para a manifestação.

Quando o WASDE desembarcou, o foco principal foi nos estoques de soja que foram baixados em 25m bu. Os estoques finais de milho do mundo também foram cortadas em 850k toneladas com a produção mais baixa no Brasil. Todos os outros grandes países produtores ficaram inalterados.

Com esses ajustes, ainda vemos uma construção de estoque de 10m tonelada globalmente, mas vale ressaltar que a primeira safra de milho do Hemisfério Sul é a única que está sendo colhida atualmente, e a maior parte da produção global ainda está para ser plantada.

Em outro lugar, a argentina BAGE reduziu sua previsão de produção de milho para 51m toneladas, queda de 6m tonelada ante sua estimativa anterior e de 3m toneladas do WASDE de fevereiro. Essa redução vem como o La Niña afetando os rendimentos agrícolas.

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Do lado do trigo, o WASDE mostrou estoques de fechamento mais altos nos EUA, principalmente devido à redução das exportações e à demanda um pouco menor.

Os estoques globais de trigo de fechamento foram colocados em 1,74m toneladas, com a maior parte da queda vindo de um corte de produção de 2,2m toneladas. O mercado não estava esperando que os EUA ‘ou de fato o mundo’ acabem com os estoques de trigo para mudar. O estoque anual de trigo agora está em 11,7 milhões de toneladas globalmente, contra 8,9 milhões de toneladas no WASDE de janeiro.

Na China, o CASDE deixou inalterados seus números de produção de milho e soja.

Para resumir, o WASDE confirmou o impacto do tempo seco na América do Sul e deixa os estoques globais finais de grãos mais apertados. Isso também foi reforçado por outras agências na América do Sul sendo mais agressivas do que o USDA na redução de suas previsões de produção. O cenário de curto prazo não parece melhor nem mais sábio, com o Sul do Brasil esperando tempo seco mais uma vez.

Podemos ter algum prêmio de risco no mercado devido à crise na Ucrânia, o que poderia trazer alguma volatilidade, mas, no geral, o mercado deve continuar com suporte.

A colheita brasileira de soja chegou a 16,8% de conclusão na semana passada, alta de 13,2% ano a ano. A primeira safra de milho, por outro lado, está 14,6% colhida, e o plantio de safrinha está 24% completo.

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Alberto Carmona

Formado pela Universidade de Sevilha (Espanha) e Universidade de Paderborn (Alemanha) com Bacharelado em Economia e Administração de Empresas e um MBA Executivo pelo Instituto San Telmo (escola parceira da IESE). Trabalhei na Abengoa Bioenergia de 1999 a 2017, quando fundei a NixAl Commodities, uma boutique de Etanol focada em inteligência de mercado, gestão de riscos e engenharia. Background profissional em atividades financeiras e comerciais, promoção e financiamento de projetos de energia renovável na Europa, Brownfields e Greenfields. Tenho atuado ativamente no desenvolvimento internacional do Bioetanol desde 2001, tendo vivido e trabalhado nos Países Baixos, Brasil e EUA, os três principais mercados, enquanto liderava operações de negociação globais, gestão de riscos e lobby.

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