Como é calculado o Preço do kg de ATR pelo Consecana?

  • O Consecana é a associação que tem como objetivo garantir o bom relacionamento entre os produtores de cana de açúcar e as usinas.
  • A associação é responsável pela precificação da cana com base em seus custos de produção e nos preços dos produtos finais praticados no mercado.
  • Neste explicativo, compartilhamos com você a metodologia do Consecana para calcular o preço da cana de açúcar.

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A História do Consecana

União entre usinas e produtores…

Ornaplana: Associação do produtores de cana da região CS, fundada em 1976. Seu principal objetivo é a organização do segmento, provendo consultoria técnica e jurídica, sendo a principal ligação com o governo, agentes regulatórios e o setor privado. A ORPLANA atualmente trabalha ao lado das principais associações canavieiras nos estados de SP, MT, MS, MG e GO.

Unica: União da Indústria de Cana-deAçúcar (UNICA) foi criado em 1997 com a fusão de diversas organizações após a desregulamentação do setor, sendo atualmente o maior representante de açúcar e etanol (A&E). A UNICA possui grande influencia em medidas governamentais relacionadas a matriz energética brasileira.

Consecana: Criada em 1999 através do esforço conjunto da ORPLANA e da UNICA, tem como objetivo garantir o bom relacionamento entre os produtores e as usinas.

Objetivos:

Produtores participando do mercado de Açúcar e Etanol

Metodologia Consecana
A metodologia Consecana foi criada a partir dos princípios:

  • Receita dos produtores agrícolas proporcional a receita da indústria, e;
  • Preço da cana dependente da sua qualidade/quantidade.

A metodologia foi criada de modo que o sistema seja justo tanto para as usinas como para os produtores.

Como medir o custo da cana no custo total de produção? A metodologia usa um modelo de custo de produção padrão para o açúcar e etanol. Nele, pondera-se o custo agrícola sobre o custo total de produção. O modelo com base na safra de 2005, recebe revisões a cada 5 anos, mas tem se mantido o mesmo até o momento. Uma revisão está em discussão, mas sem definição oficial. A metodologia considera uma proporção do custo agrícola de 59.5% para açúcar e 62.1% para etanol.

A taxa de conversão é baseada na eficiência de 88,8% para fermentação e 99,0% para destilação. Em usinas mais modernas e eficientes é comum encontrar múltiplos de conversão inferiores aos considerados pela metodologia, o que beneficia a parte compradora de cana.

A metodologia considera tanto o mercado doméstico (MD) quanto o mercado de exportação (ME) do açúcar e etanol. Os volumes são ponderados pelo mix de produção e os preços pelo mix de negociação/comercialização do estado de São Paulo

Todos os preços Consecana estão na base Posto Veículo Usina (PVU).

ETANOL:

MD: Para o etanol, tanto o hidratado quanto o anidro, o Consecana considera a media dos preços mensais CEPEA/Esalq. Normalmente o etanol de outros usos possui um prêmio de sobre o etanol carburante.

ME: Para o etanol, tanto o hidratado quanto o anidro, o Consecana considera a media dos preços mensal CEPEA/Esalq.

Açúcar:

Branco – MD: Para açúcar branco comercializado no mercado doméstico, o Consecana considera uma media ponderada do açúcar vendido em mercado spot, contratos bilaterais e o índice CEPEA/Esalq.

Branco – ME: Para açúcar branco de exportação, o Consecana considera o contrato futuro No.11 com um prêmio de qualidade e dedução dos custos FOB. A taxa de câmbio considerada é a media mensal do PTAX venda.

VHP – ME: Similar ao açúcar branco de exportação, o Consecana considera o contrato futuro No.11 com um prêmio de polarização e dedução dos custos FOB. A taxa de câmbio considerada é a media mensal do PTAX venda.

Consecana foi criado com o racional de permitir que os fornecedores de cana participassem do valor do produto final. Se os preços de açúcar e etanol sobem, o preço da cana deve seguir a mesma tendência. A fim de gerar capital de giro para os produtores, as usinas pagam 80%¹ do valor da cana entregue usando os preços Consecana e a curva do mix de comercialização do estado de SP. Os 20% restantes são usados no ajuste dos preço de cana de acordo com o mix de produção da usina, se aplicável, e o índice Consecana do fim de safra..

Os fornecedores entregam a cana à usina. No fim do mês, o Consecana publica o preço para o mês da entrega, portanto as usinas devem pagar 80% do valor referente ao volume de cana entregue e o preço Consecana do mês aos fornecedores considerando a curva média do mix de comercialização/negociado do estado de SP.

Os 20% restantes do açúcar/etanol consideram o preço Consecana acumulado da safra (Março) para ajuste do pagamento total de cana.

No começo de cada safra (Abril), o Consecana publica uma nota com as projeções do mix de comercialização/negociação para a nova safra. A curva é ajustada conforme o andamento da safra. Todo mês, o Consecana publica uma nota com o preço mensal de ATR, de cada produto e o preço acumulado. Em março, o Consecana publica o relatório final com todos os preços, incluindo o ajuste final de preços considerando o efeito do mix de produção e comercialização/negociação.

Volume de ATR (Nível de ATR contido na cana entregue à usina) X Preço Consecana (Preços Consecana são publicados mensalmente) = Valor da Cana (Preço pago aos fornecedores de cana)

Utilização do Consecana

Três métodos diferentes de utilizar os preços Consecana…

Cana de Terceiros: O método mais simples de se utilizar a metodologia Consecana é quando a usina compra cana de terceiros. Se o contrato de compra segue as regras da Consecana, os produtores devem ser pagos pelo volume de cana e qualidade do ATR entregues com base no mix de produção (média do estado de SP ou usina) e índice Consecana. Neste caso, todos os custo agrícolas são de responsabilidade do fornecedor. Normalmente a cana é entregue na esteira da usina ou no campo, no segundo caso a usina é responsável pela colheita e transporte que será deduzido do pagamento de cana.

Arrendamento de Terras: Nos contratos de arrendamento, o dono das terras aluga sua propriedade para a usina, a última torna-se responsável por todos os custos agrícolas. O aluguel deve ser pago de acordo com a produtividade das terras. Normalmente o nível de ATR é fixado em 121,97 kg de ATR por tonelada de cana, o ajuste de preço pode ser feito na produtividade agrícola. Como o proprietário da terra não participa do processo agrícola, não correndo risco, o contrato de arrendamento neste formato incorre uma alíquota de 8%.

Parcerias: Similar ao arrendamento de terras, a parceria também se utiliza da mesma equação em relação ao volume entregue. Entretanto, neste caso, o dono das terras deve ser remunerado com uma parcela da cana plantada (normalmente na proporção 80/20), que posteriormente é vendido a usina. Neste caso, o proprietário da terra pode ser considerado como participante no aspecto agrícolas e consequentemente participante do risco na produção da cana. O risco de performance da cana pode ser mitigado através de um adendo travando a divisão da cana e nível do ATR. Neste formato, não há incidência da alíquota de 8% devido a participação no risco do negócio.

O Caso da Parceria Agrícola

O que o proprietário vai receber no ano safra

É prático de mercado o preço de arrendamento ser negociado na unidade tc/alq. Para fazer a conversão de tc/ha para t/aql basta multiplicar por 2.42 Neste caso o valor seria 53 tc/aql O arrendamento e a parceria agrícola tem um cálculo matemático similar. Baseado na quantidade hectares arrendado, no caso do exemplo 4000 ha, o proprietário da fazenda receberá 8.32 milhões reais líquido.

E o Fornecedor?

Ele precisa descontar seu custo de produção

Neste caso, o cálculo não é muito diferente ao da parceria agrícola… Baseado na quantidade hectares de cana colhido, no caso do exemplo 4000 ha, o fornecedor receberá 31.6 milhões reais. Lembrando que essa é a receita bruta, é ainda necessário descontar o custo de produção da cana.

Para mais informações

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